Decisões Sustentáveis e os Contratos Humanos

Por Luiz Fernando Reginato

No cardápio, as decisões corporativas. Se alinhadas ao propósito, estratégia e cultura, realizam os objetivos econômicos e sociais. Caso contrário, ampliam os riscos e comprometem a sustentabilidade dos negócios. Como lidar com o arbítrio humano inerente a esses atos?

Sabemos que cenários complexos e incertos alteram conceitos, estruturas e métodos de gestão. Assim como transformam pessoas, fazendo-as mais conscientes dos seus interesses e escolhas de vida. Dependendo da identificação e do grau de atratividade da organização, os vínculos com talentos, parceiros, clientes e investidores podem ser afetados, complicando o ecossistema gerador da inovação e valor.

Afora os condicionantes do contexto, ressalto a qualidade do processo e as crenças envolvidas como fatores de alto impacto nos resultados das decisões. No primeiro caso, não basta assegurar ambientes democráticos e participativos. É preciso maestria das lideranças em orquestrar a convergência de percepções, mitigar conflitos e comprometer os participantes com a solução e sua execução. O êxito dessa missão dependerá de habilidades múltiplas, com destaque para as competências morais.

Já no segundo caso, estudos apontam a baixa relação entre a ação dos decisores com os valores da organização à qual pertencem. Conforme Kiel e Lennick as pessoas seguem mais suas crenças pessoais, como uma filosofia de vida, na hora de decidir. É possível imaginar o risco potencial dessa diversidade de princípios se adotadas em reuniões de conselho, diretoria e demais níveis da gestão. Nos parece uma boa justificativa para recontratar as relações. Inteligência Moral, 2005.

Aqui entram as decisões sustentáveis, por combinarem razão e emoção, competitividade e humanidade na resolução de múltiplas escolhas e dilemas das empresas. Já há algum tempo venho trabalhando estas questões sob a perspectiva da ética e da integridade para assegurar o futuro das empresas. Experiências e saberes registrados em livros e textos publicados.

Por exemplo, num artigo sobre a “Organização ponto zero” além dos algoritmos, demonstrei a oportunidade de repensar a filosofia e os valores das organizações para reativar os contratos humanos e de negócio em tempos disruptivos. Este movimento de revelar a alma da empresa é um forte indutor de relações e decisões mais conscientes e sustentáveis.

Minha trajetória como executivo, consultor, educador e autor, aliada a formação multidisciplinar em economia, marketing, sociologia e conselheiro de administração, tem contribuído para uma governança mais descomplicada em diversos segmentos de negócio. Modéstia à parte, além do conhecimento, minha maturidade tem ampliado a diferença entre educadores e influenciadores.

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Luiz Fernando Reginato

Mestre em Sociologia, Economista, MBA em Marketing, Conselheiro de administração. Sócio- diretor da RGM Consultoria Empresarial

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